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GAZETA DO POVO
Rechenberg retorna ao subsolo

Cinco anos depois de estrear a adaptação do texto de Fiodor Dostoievski para o teatro, o diretor retoma a montagem de Memórias do Subterrâneo, no Espaço Dois

Publicado em 22/07/2010 | LUCIANA ROMAGNOLLI

 

Em Memórias do Subsolo (1864), Fiodor Dostoievski antecipou discussões filosóficas que retomaria nos seus romances seguintes. A partir desse livro, também, o autor russo lançou as sementes de uma variedade de outros monólogos vividos por personagens igualmente subterrâneos em sua inadequação e contrariedade ao mundo. Pode-se pensar em Dias Felizes, de Samuel Beckett, ou em A Queda, de Albert Camus.

 

Como esses dois, o texto de Dostoievski chegou aos palcos. O diretor curitibano Emerson Rechenberg foi o responsável pela montagem que estreou em 2005, na Casa de Artes Helena Kolody, assumindo uma outra tradução para o título: Memórias do Subterrâneo. Na época, Nawbert Cordeiro atuava. Entre 2006 e 2007, o ator Ade Zanardine ficou com o papel. De volta ao cartaz de hoje a domingo, agora no Espaço Dois, é Rechenberg quem surge em cena (confira o serviço completo).

 

Memórias do Subterrâneo completa 300 apresentações voltando ao cartaz em Curitiba

 

Por essa mudança central, o diretor encara a nova temporada quase como uma remontagem. “Precisei me livrar, no bom sentido, tanto da minha concepção de encenador quanto das referências que tinha dos atores que eu dirigi”, diz. Cada um ressaltava um viés distinto do personagem: Cordeiro, o lado doentio. Zanardine, a fúria visceral. “Opto pelo caminho da ironia e do sarcasmo, vital em Dostoievski a partir do momento que se começou a traduzi-lo direto do russo, sem os floreados do francês.”

 

No momento em que Rechenberg dirige a si mesmo, consegue imprimir melhor do que nunca sua concepção do espetáculo. Mas corre o risco de se perder na falta de uma referência externa – para evitar isso, chamou colegas a olhar de fora e dar seus pitacos.

Outra mudança recente é o abandono do porão cenográfico construído para as primeiras apresentações em Curitiba e em São Paulo. Levava um mês para ser montado, restringindo as chances de viajar com a peça. Já nas vezes em que a encenou em Irati, Toledo e Cascavel, no interior paranaense, o diretor o trocou por um palco e alguns adereços essenciais. No Espaço Dois, encontra um ambiente propício, por conta da arquitetura quase centenária, com tijolos à vista, que será incorporada ao cenário.

Memórias do Subterrâneo cumpriu um ano e meio de temporada em Curitiba e contabiliza 300 apresentações. Sua permanência se explica, segundo Rechenberg, pelo interesse do público pelas questões propostas por Dostoievski. “Basicamente, a crítica ao excesso de racionalismo e de cartesianismo, que é muito vigente na época em que ele escreve: querer calcular a vida com 30 ou 40 anos de antecedência”, diz. O tema que sempre reaparece nas discussões feitas com a plateia, foi o que seduziu Rechenberg a montar o espetáculo e o estimula a continuar rumo às 500 apresentações: “Nos transformamos nessa coisa quase autômata, abrimos mão dos desejos e dos instintos em nome de algo que tem de ser racional, concreto, tendo de dar resposta às pessoas e deixando de dar resposta a nos mesmos”, conclui.

Serviço:

Memórias do Subterrâneo. Espaço Dois (R. Com. Macedo, 431), (41) 3326-6224. Texto de Fiodor Dostoievski. Adaptação, direção e atuação de Emerson Rechenberg. Dias 22, 23, 24 e 25, às 21 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia). Confira o serviço completo

 
 

 

 

 

 

    Matéria no Jornal Folha de Irati

                                                              sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

   

 

‘Memórias do subterrâneo’ estreia dia 20

 

Consagrada nos grandes centros e outros estados, a montagem “Memórias do subterrâneo” chega agora a Irati, inaugurando sua primeira temporada.

Adaptação da obra homônima de F. Dostoiévski, a peça dirigida por Emerson Rechenberg é um monólogo que se passa em meados do século 19, e conta a história de um ex-funcionário público que, ao pedir demissão, isola-se em seu universo e das pessoas que o cercam.

Segundo o diretor, que também atua no espetáculo, o “subterrâneo” é uma analogia do apartamento do personagem, o qual cria um universo particular, “Apesar da história se passar em outro século, a trama traz mensagens diretas e atuais”, afirma.

A peça, que desde 2005 vem atraindo público de todas as idades, já atingiu mais de 30 mil pessoas em suas 250 apresentações em São Paulo, Curitiba e demais cidades do interior.




CENÁRIO

Um dos grandes desafios do espetáculo, além de um texto de grande veemência, é a adaptação do cenário.

Nas versões anteriores, segundo Emerson, a estrutura, que contemplava a construção de um porão, era um dos grandes obstáculos, pois além do alto custo não tinha mobilidade para que o espetáculo acontecesse em cidades de menor porte. “Mas, ao longo do tempo, vimos uma possibilidade de levar cultura e ao mesmo tempo um espetáculo de qualidade, sem que para isso tivesse que depreender uma maior estrutura com custos elevados”, frisa.

Em Irati, as apresentações, que acontecem no Centro Cultural Clube do Comércio, são uma versão híbrida das duas formas já encenadas; assim, foi utilizado um local onde se pode representar um pouco do cenário real da peça.



PREPARAÇÃO


Para o ator e diretor, a peça, cuja duração é de 1h15min, é mais um desafio, pois, por não contar com várias cenas, cabe ao texto forte e envolvente a tarefa de prender a plateia.

Muito embora a peça venha sendo feita há mais de dois anos, é sempre um desafio, “As apresentações ao vivo são sempre uma surpresa, pois depende muito do próprio público e do ambiente onde está sendo encenado”, afirma Emerson.



ESPETÁCULO


A estreia da peça acontece no próximo sábado (20), e conta com a direção e atuação de Emerson Rechenberg. As apresentações acontecem nas próximas seis semanas, sempre às sextas-feiras e aos sábados, às 21 horas, no Centro Cultural Clube do Comércio. Os ingressos estão à venda: R$ 10,00 (inteira); e R$ 5,00 (meia-entrada), para estudantes e idosos.



A ARTE DO TEATRO NO INTERIOR


Quando nos referimos à cultura e arte, sabemos das dificuldades encontradas em vários aspectos, apoio, participação e reconhecimento.

Há aproximadamente um ano em Irati, Emerson Rechenberg falou que é muito difícil convencer as pessoas de que a arte é um trabalho sério e de qualidade.

Apesar disso, vem sentindo aos poucos uma transformação positiva, “O primeiro passo vem sendo a formação de pessoas para essa atividade, que acaba trazendo ainda mais seguidores e adoradores do teatro e das artes”, enfatiza.

E o segundo passo, para ele, é a valorização das pessoas para o teatro, mostrando a necessidade da atividade para todos os lugares, seja interior, seja cidade grande. Segundo Emerson, é importante, além de ter vários grupos de teatro no município, a frequência de espetáculos, formando público apreciador.

“É dessa forma que vamos construir aos poucos uma base sólida de cultura e valorização do teatro em nosso município”, finaliza Emerson.

 

 

 

 

 

 

 

Memórias do Subterrâneo

 

Memórias do Subterrâneo é a primeira de uma série de cinco espetáculos que farão temporada no Teatro Cleon Jacques até o final de 2007. As montagens foram aprovadas pelo Edital de Teatro e Circo e de Residência em Dança de 2006, da Fundação Cultural de Curitiba. “Retomamos o espaço com uma programação anual já definida. A intenção é realizar uma triagem de companhias profissionais com um trabalho experimental, mas sólido, de modo a recuperar o prestígio do Cleon Jacques”, diz Beto Lanza.


A montagem de Emerson Rechenberg já fez cinco temporadas em Curitiba desde sua estréia, em 2005. Também participou de festivais no interior do estado e cumpriu três meses de exibições em São Paulo.

Rechenberg considera a adaptação do conto homônimo de Dostoievski a mais completa que já fez. Levou oito meses testando frase por frase com o primeiro ator da montagem, Nawbert Cordeiro (que recebeu o Prêmio Gralha Azul de 2005 pela atuação).

Agora, quem encarna o ermitão irônico, suscetível e rancoroso, fechado em um mundo à parte, é Ade Zanardini. Ao encenar o monólogo, ele é fiel ao texto do autor russo. “Não mudei palavra nenhuma, apenas enxuguei alguns trechos para obter um espetáculo de pouco mais de uma hora”, conta Rechenberg.



Para o diretor, a temporada no Cleon Jacques tem significação especial. “Fui aluno de Cleon na faculdade (no Curso Superior de Artes Cênicas do Centro Cultural Teatro Guaíra/PUC, atual Faculdade de Artes do Paraná). Além disso, foi aqui que apresentei Colônia Penal, em 2001”, conta.

Caderno G - Gazeta do Povo - Curitiba/PR - Publicado em 08/08/2007

 

 

Monólogo
Adaptação de Dostoievski no Cleon Jacques
Memórias do Subterrâneo entra em cartaz no teatro, que foi reformado


A montagem "Memórias do Subterrâneo", adaptada a partir da obra de Fiódor Dostoievski pelo diretor Emerson Rechenberg, reabre a temporada de espetáculos do Teatro Cleon Jacques. A peça vem sendo trabalhada desde o início de 2005 em seus diversos aspectos: adaptação do conto, ensaios e construção da cenografia. A peça estreou no mesmo ano, ocupando uma sala da Casa de Cultura Helena Kolody.

Nesta nova temporada, o grupo adaptou o cenário para o palco do teatro. O cenário recria um porão, local onde o personagem da peça habita há alguns anos. É nesse ambiente hermético que o público acompanhará a trajetória desse homem, que abriu mão do convívio social para fechar-se em seu universo fantasioso e extremamente cruel com as outras pessoas. Quanto à transposição do conto para a linguagem teatral, o processo foi realizado na prática, a partir da construção das falas, da narrativa e das experimentações realizadas com os atores envolvidos.

A montagem também serve como experiência prática sobre um gênero recorrente na carreira do diretor Emerson Rechenberg: os monólogos. O tema foi objeto de estudo teórico em sua especialização em teoria do teatro, realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e a montagem de "Memórias do Subterrâneo" nesse formato reforça as pesquisas práticas iniciadas em outros monólogos encenados pelo diretor, como "Nunca Mais" (1996), "Valsa n. 6" (2002) e "As Últimas Flores que Colhi" (2003). Nessa remontagem, as características principais foram mantidas, mas novas idéias acrescentadas, em conjunto com o ator Ade Zanardini.

"Memórias do Subterrâneo" fez cinco temporadas em Curitiba desde sua estréia, alem de participar dos Festivais de Cascavel e Jacarezinho e cumprir temporada de três meses no Viga Espaço Cênico, na capital paulista.

 

 


 

 

23/09/2007

Vida de Frida Kahlo contada no teatro

 Redação O Estado do Paraná

 

 

A vida da artista plástica mexicana Frida Kahlo é retratada no monólogo Frida Kahlo, viva a vida, que está sendo apresentado na Casa de Artes Helena Kolody, em Curitiba. O texto do dramaturgo mexicano Humberto Robles recebeu o Prêmio de Melhor Revelação Dramática pela Asociación de Periodistas Teatrales (APT) no México. A peça já foi encenada no México, EUA (Chicago), Uruguai, Porto Rico, Espanha e será encenada pela primeira vez no Brasil pela Companhia Teatral Tirso, com tradução e direção de Luis Benkard, atuação de Isabelle Neri e produção de Patricia Goulart.

 

A ação se passa no “Dia de Los Muertos”, data em que o México realiza oferendas aos mortos em ritmo de festa. No México, acredita-se que, neste dia, os mortos retornam para festejar “o seu dia”, acompanhados da Catrina, conhecida como a Senhora da Morte. A Catrina é um elemento burlesco à morte gélida e inválida, uma sátira à temerosa morte. Caveiras decoradas com roupas e jóias mostram essa fragilidade da vida. Mesmo morta, a senhora Catrina, seca e esturricada, volta para bailar e exibir sua vaidade. Aos vivos resta celebrar a morte, convidando-a para entrar em sua casa, para comer e beber à vontade. No México, verdadeiras ceias são feitas nos cemitérios sobre o túmulo de entes queridos.

 

Na peça, Frida Kahlo retorna e relembra sua vida: sua relação amorosa com o muralista mexicano Diego Rivera, o acidente trágico com o bonde que prejudicou sua coluna e sua perna, o envolvimento com Trotski, e tantas outras situações que marcaram a vida da artista. Frida Kahlo, viva a vida expõe o lado autêntico da artista, que mesmo com acontecimentos trágicos tinha a força e a alegria de viver, por sentir os prazeres da vida.

 

Em um cenário que representa uma casa qualquer no México e que, apesar de sua simplicidade, tem como de costume construído em seu interior um altar para os mortos, Frida faz sua aparição e apropria-se desta casa e deste altar, serve-se da bebida dedicada aos mortos e leva a platéia consigo em uma viagem surrealista. Essa casa simples torna-se também o seu estúdio, ou sua cozinha ou até mesmo o Museu do Louvre em Paris, como numa pintura surreal que sem obedecer a coerência de tempo e espaço faz da ação uma tela viva das alegrias, sofrimentos e lembranças da artista que agora transita livremente entre o universo dos mortos e, dos vivos. Esses universos atados por um cordão tão singelo.

 

O diretor Luis Benkard realizou um trabalho de pesquisa na Cidade do México e permaneceu hospedado no bairro de Coyoacán, próximo da Casa Azul onde Frida Kahlo nasceu e morreu. Benkard pesquisou a vida da artista, acompanhou e documentou, através de fotografias, a preparação e a comemoração do “Dia de Los Muertos”, visitou a Casa Azul (casa de Frida Kahlo) e os ateliês da artista e do marido Diego Rivera, ao lado do autor do texto, Humberto Robles. Luis Benkard mora em Londres e veio ao Brasil somente para dirigir o espetáculo e escolheu Curitiba como cidade para estréia nacional. A peça também será montada na Inglaterra, pelo mesmo diretor.

 

Serviço

Frida Kahlo, viva a vida;  até 18 de novembro (sábados e domingos às 21h), na Casa de Artes Helena Kolody (com estacionamento gratuito).

Rua Brigadeiro Franco, 3625. Capacidade para 20 pessoas. Reservas pelo telefone (41) 3334-4552. Entrada: R$ 20, meia: R$ 10.

 

 

 

 

 

 

 


 

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